Comandante e Promotor |
Os dez soldados estão presos no prédio do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Já o tenente-coronel ficou detido no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar e o major no Batalhão de Choque.
Somente na gestão do coronel Araújo Silva no comando da PM, 48 policiais "perderam a farda" pelos mais variados crimes julgados pela justiça e outros 40 estão sob investigação.
segundo informações do promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra, responsável pela área de Controle Externo da Atividade Policial, foram encontradas notas de pagamento nas buscas e apreensões realizadas durante a operação. "Esses documentos estavam nas empresas", informou.
Nelas constam valores de R$ 3 mil, que seria o valor mensal pago pelos empresários aos policiais para os “serviços” ilegais de vigilância nos postos de combustíveis e de escolta as agências da Nossa Caixa e do Banco do Nordeste.
Para os trabalhos de vigilância, supõe-se que a divisão seria da seguinte maneira: R$ 300 para os soldados e R$ 600 para os oficiais. Já na escolta, o repasse dos valores seria de R$ 600 para a Nossa e R$ 400 para o BNB. "Vamos trabalhar com a suposta execução de segurança 'diferenciada' por soldados e a possível participação de pessoas com comando", explicou o promotor da forma como será desenvolvida o restante da investigação.
O promotor disse que a motivação para o começo das investigações - iniciadas há nove meses - foram denúncias recebidas pela Comarca de Assu reclamando do policiamento com "pontos de ineficiência" na cidade. "Em alguns locais, o cidadão percebeu uma presença mais constante dos policiais e não havia razão tática para isso", comentou.
A partir daí, segundo o promotor, começou um trabalho minucioso de investigação para apurar o que realmente acontecia com o trabalho policial na cidade. "Nossa maior dificuldade foi manter o sigilo dos trabalhos", revelou.
Entretanto, Wendell Beetoven ressaltou o trabalho conjunto com Ministério Público com a Polícia Militar para o desenvolvimento dos trabalhos. Questionado se temeu corporativismo por investigar policiais militares, ele argumentou que há o "corporativismo bom, aquele que protege a instituição".
Para não comprometer a investigação, o promotor explicou que a vigilância foi realizada em dias alternados "para não serem notados". "Foi uma demonstração de coesão entre o Ministério Público e a polícia em um momento delicado na busca de provas no batalhão", frisou. Wendell fez questão de lembrar que os policiais e empresário detidos na operação "são suspeitos e não são considerados culpados". "Ainda temos muito o que investigar", afirmou.
A partir da terça-feira (5), o Ministério Público vai começar a colher os depoimentos dos 12 PMs detidos na operação. Já os empresários estão detidos em Assu onde serão ouvidos na Comarca da cidade. O prazo para a investigação é de 20 dias com a prerrogativa de ser prorrogado por tempo equivalente.
Fonte Cb Heronides
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