sábado, 4 de fevereiro de 2012

53 pessoas foram mortas na BA após greve da PM

 Número de mortos durante greve da PM sobe para 53

São Paulo, 4 - A onda de violência que atinge a Bahia desde a última terça-feira, dia 31 de janeiro, quando teve início uma greve de policiais militares, já resultou na morte de pelo menos 53 pessoas, segundo dados do governo baiano. O último assassinato foi registrado por volta da 0h45 deste sábado, 4, no bairro Plataforma, onde um homem ainda não identificado foi executado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, já estão à Bahia - chegaram na manhã deste sábado - e devem se reunir com o governador do Estado, Jaques Wagner, para acompanhar as operações das Forças Armadas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, também na madrugada de hoje, uma loja de eletrodomésticos na região de Liberdade foi arrombada por quatro pessoas e saqueada por populares.

Além dos 2,8 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, estão sendo enviados cerca de 450 policiais da Força Nacional de Segurança Publica, ligada ao Ministério da Justiça. A chegada dos militares e policiais tem como objetivo garantir segurança da população e coibir eventuais ações criminosas

PARALISAÇÃO DOS POLICIAIS MILITARES BAIANOS GANHA FORÇA

Mesmo após a paralisação ter sido considerada ilegal pela Justiça, o movimento continua bastante forte. Segundo o procurador-geral do Estado, Ruy Moraes, caso a entidade não cumpra a decisão, será cobrada multa de R$ 80 mil por dia.

O movimento cresceu e reduziu sensivelmente o policiamento nas ruas de Salvador e de algumas cidades do interior.

Em alguns bairros da capital, o comércio fechou mais cedo por temor de assaltos.

Por volta das 18h de ontem, a reportagem viu o fechamento do acesso ao Centro Administrativo da Bahia, que reúne o Executivo, o Legislativo e o Judiciário do Estado.

Jornais divulgam que policiais militares encapuzados e exibindo pistolas na cintura abordaram ônibus e obrigaram motoristas e passageiros a descer.

Depois, atravessaram os veículos nas avenidas de acesso ao Centro Administrativo e furaram os pneus a facadas.

O motorista Josenildo Martins, 42 anos, contou que os encapuzados atiraram nos pneus do ônibus que dirigia. Ele exibia um cartucho de munição de pistola. “Para mim, isso não é atitude de autoridade.”

O governo afirma que dois terços dos policiais militares continuam trabalhando normalmente. O presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia), Marco Prisco, afirma que a adesão à greve é total.

Prisco foi expulso da PM após ter liderado uma grande greve de policiais em 2001. “O governador Jaques Wagner está se mostrando completamente intransigente às demandas da tropa”, diz líder do movimento.