terça-feira, 31 de maio de 2011

Novo Delegado Geral da Polícia Civil assume nesta segunda


Por Sd PM Lusiano
Fonte: J. Junior

O novo delegado geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Fábio Rogério Silva, 42, inicia oficialmente suas atividades nessa segunda-feira (30) e já elegeu, pelo menos, dois objetivos que pretende alcançar: unificar a corporação e combater o tráfico de drogas.A julgar pelos resultados alcançados pelos seus antecessores, entretanto, a tarefa não será fácil. A classe policial do RN vive em hiato há bastante tempo: por um lado, conflitos de interesse político fragilizam a instituição; por outro, sente desprestígio pelas condições de trabalho.

Silva foi eleito com 89 votos entre os novos delegados que compõem o Conselho da Polícia Civil. Assume a Delegacia Geral da Polícia Civil num momento de greve, a quarta no último quadriênio. Além disso, a instituição padece por falta de aparelhamento adequado. Sobram presos nas delegacias e faltam condições mínimas de investigações.

Para se ter idéia dos desafios, até primeiro de julho próximo, ele precisa, por determinação do Ministério da Justiça, dar cabo a 1.100 processos que se avolumam nos escaninhos da burocracia do Estado. Crimes, num geral, datados de quase 20 anos, prestes a prescrever.

Ainda assim, a experiência de quem tem 17 anos nas forças policiais o anima a contornar o quadro. Há 13 anos ele está no Rio Grande do Norte - é natural de Recife (PE), onde começou seus trabalhos na área.
Tendo passado por diversas delegacias da capital e do interior e sendo o único delegado de polícia a compor a Força Nacional, Fábio Rogério Silva falou ao Nominuto sobre os objetivos norteadores de sua gestão, a saber: combate ao crime organizado, preservação da vida, unificação da polícia e as polêmicas alterações do novo Código de Processo Penal.

Nominuto: Fale um pouco sobre sua ação na Força Nacional

Fábio Rogério Silva: É uma unidade que veio para dar apoio e suporte aos estados da federação, que quando solicitado entra como colaboradora. No último ano, atuei no estado de Alagoas, o mais violento do país, que pediu ajuda à Força para resolver esse impasse.

E agora você volta ao RN e encontra a categoria em greve, inflexível às negociações. Como pretende contornar esse quadro?

Acredito numa solução boa para a greve, tanto para a classe quanto para o governo. Apelo que os colegas entendam que vivemos um novo momento na administração. Temos condições de reestruturar a polícia.

De que maneira?

Veja, já estou fazendo contatos com Brasília. O fato de eu ter integrado a Força Nacional teve repercussão boa na capital federal, pelo fato de eu ser o único delegado de polícia integrante desse movimento. Com essa porta aberta, acredito na abertura de convênios, de onde vem todo o dinheiro e possibilidades de projetos e criação de novas delegacias.

Como esse trânsito em Brasília vai conseguir trazer para o Rio Grande do Norte resultados práticos na repressão às drogas. O OXI, por exemplo, já chegou aqui. Quais seus planos contra essa nova droga?

Um dos meus objetivos é valorizar a vida através do combate à grande incidência de homicídios que está ocorrendo no estado. A banalização do crime de homicídio, queremos reprimir e incitar, e a criação da divisão de homicídios, que terá recursos para investigar e identificar autoria dos crimes. Logicamente que sabemos que o tráfico de drogas anda junto com os homicídios. A gente vai intensificar a repressão. Vamos fazer o nosso trabalho, tirar os delinqüentes e marginais da sociedade e colocar na cadeia para arcar por seus crimes. Caso se rebelarem, melhor para polícia. Entre o policial e o bandido, vai sobrar para o bandido.

A partir de 4 de julho passam a vigorar as novas alterações do Código de Processo Penal. A mais polêmica delas se refere ao desafogamento do sistema carcerário, tornando afiançável crimes de até quatro anos. Como é retroativa, a medida pode colocar até 50 mil criminosos nas ruas. Como você encara essas modificações?

Elas favoreceram a criminalidade, sem dúvida, às pessoas que são ligadas ao crime, que serão favorecidas pela lei. Sou contrário. Deveria ter sido mais rigoroso. Para ficar preso hoje deve cometer crime gravíssimo. A quantidade de pessoal que vai cometer crime e que não vai dar em nada vai ser imensa. Aumentará a sensação de impunidade da sociedade.

O senhor mencionou que pretende unificar a Polícia Civil...


Há muito tempo a polícia tem integrantes em grupos, e isso não traz nenhum resultado interno para instituição - falo dos delegados. Temos a possibilidade de resgatar isso. Tenho treze anos e meio em delegacia. Conheço as deficiências que meus colegas e amigos reivindicam. Tenho consciência das dificuldades e vou tentar resolver

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