Desempregado há dois meses e com o Bolsa Família como única fonte de renda, o carroceiro Ednaldo da Silva andava a pé na última sexta-feira (27) na BR-232, em São Caetano, Pernambuco, quando encontrou uma mochila contendo R$ 7 mil, cheques e itens de luxo. No mesmo dia, conseguiu devolver tudo ao proprietário e acabou recebendo uma proposta de trabalho. “Pode ser um alfinete, mas se não é seu tem que entregar”, disse o carroceiro.
Ednaldo contou que seguia com a carroça ao lado esposa, do enteado e do burrinho “Chocolate” às margens da rodovia quando viu a mochila. “Eu pedi para a minha mulher pegar [a bolsa], mas não abri na hora. Quando cheguei em casa e vi o ‘bolo’ de dinheiro fiquei logo assustado”.
Dentro da mochila, estavam dois talões de cheque, um par de óculos escuros, um tablet e um aparelho celular – avaliados em R$ 3 mil, segundo a Polícia Rodoviária Federal. “Nessa situação difícil de crise sei que tudo está difícil, mas não posso ficar com o que não é meu. Quem achar o que não é seu, tem que devolver”, afirmou Ednaldo.
Ele disse que foi na casa do irmão pedir ajuda para desbloquear o aparelho celular e acionar o dono da bolsa. “A gente não sabe mexer nessas tecnologias. Ficamos assustados porque pensamos que poderia ser roubada. Então chamamos o pastor da nossa igreja para dizer a quem devolver”, explicou José Lino da Silva, 27 anos, irmão do carroceiro.
O pastor João Leite, de 40 anos, instruiu o carroceiro a levar a mochila com os objetos para o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município. Lá, o agente da PRF Afonso Ramos conseguiu contato com o dono da bolsa, que enviou um funcionário para buscar. “O mais interessante de tudo é que não houve manuseio das cédulas. Eles nem tocaram no dinheiro. Um gesto valioso e uma ação louvável devolver”, afirmou o policial.
O funcionário do engenheiro, Rivaldo Santos, contou que o dono do dinheiro estava a caminho do Recife quando notou que havia perdido a bolsa. “Quando ele chegou em Caruaru viu que a mochila não estava, voltou para São Caetano, foi na empresa e não achou. Prestou até queixa na polícia, mas ficou muito emocionado quando soube que uma pessoa tão simples havia devolvido tudo”, disse.
O engenheiro é diretor de uma empresa que presta serviços no setor elétrico no interior de Pernambuco e, através do funcionário, fez uma oferta de trabalho ao carroceiro. Ednaldo pretende ir na empresa na segunda-feira (30) para conversar sobre o provável novo emprego e também recebeu um envelope com uma recompensa.
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