Desde janeiro de 2013, 17 policiais militares foram baleados e outros seis morreram no Rio Grande do Norte. Os dados foram divulgados pela Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar à Inter TV Cabugi. O número de feridos aponta um aumento em relação ao ano passado. As mortes, porém, registraram queda de cerca de 30%: foram 11 PMs feridos e nove mortos em 2012.
Os dados preocupam a associação. Para Roberto Campos, que é presidente da categoria, a vulnerabilidade dos militares só aumenta. “Por mais que nós tenhamos comunicado, denunciado essa violência contra os servidores da segurança pública, em especial o policial militar, nada foi feito até o momento para tentar coibir ou diminuir essa violência”, afirmou.
Medo
As marcas de três tiros estão pelo corpo. O policial militar André Galdino estava em uma clínica em Parnamirim, na Grande Natal, quando três assaltantes chegaram. Ao perceberem que um dos pacientes era policial, os criminosos atiraram.
Dois meses depois, o soldado continua se recuperando. São vários exames e sessões de fisioterapias por fazer. No centro clínico da PM, ele diz que nem o corpo nem a mente estão preparados pra voltar ao trabalho.
Galdino afirma que precisou mudar de casa por medo de sofrer atentados. O policial de 29 anos, dos quais cinco passou na polícia, pensa em deixar a farda. ”O medo constante de trabalhar está acontecendo. Minha família pede todos os dias para eu sair da polícia. Penso todos os dias em fazer outro concurso, em deixar a instituição”, colocou.
O comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, não reconheceu a falta de material de segurança. De acordo com ele, todos os policiais têm equipamentos. Além disso, outros seis mil coletes à prova de balas serão adquiridos em 2014 para que os agentes possam, inclusive, usar fora de serviço.
No interior do estado os policias também são alvos de criminosos. No início de novembro, outro PM foi ferido em serviço. O soldado José Gurgel foi baleado no confronto com criminosos, que explodiram uma caixa eletrônico em Apodi, a cerca de 300 quilômetros da capital. Outros dois também foram baleados em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, na última semana.
G1/RN
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